Um
homem do rádio. Natural de Santo Antônio da Platina, Benedito Martins é um
verdadeiro contador de histórias. Com um humor ótimo, diverte a todos ao seu
redor. Outra habilidade é de escrever poemas e poesias e declama-las de forma
emocionante, como a história do cachorro que se sacrificou para salvar sua
vida. Muito religioso, ele brinca que é fã de São Benedito que tem o mesmo nome
que o seu, mas é devoto fervoroso de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
“Jornalismo
é uma das melhores profissões”. Mais conhecido como Benê Martins, o senhor de
87 anos se declarou como um “colaborador” do jornalismo. Foram quase 60 anos
dedicados ao rádio. E o começo não foi de forma comum. “Era inauguração de uma
piscina em Cambará e colocaram um alto-falante. Não tinha ninguém para
apresentar e me chamaram”, conta às gargalhadas. Inaugurações e apresentações
de eventos foram tantas que não tem como se lembrar de todas, mas conta,
orgulhoso, de uma que não esquece. “Eu participei da inauguração do canal 12”.
Trabalhou
na primeira rádio de Cornélio Procópio, a rádio Sociedade Cornélio Procópio,
prefixo ZYR-5, onde apresentou um programa de sua autoria, o “Varandão da Casa
Grande”. Já em Curitiba trabalhou nas rádios Clube, Paraná, Cultura e outras.
Encerrou a carreira na Rádio Evangelizar há cerca de oito anos. Participou da
criação da rádio Tapajós em
São José dos Pinhais, em 1960, onde levou e apresentou o seu
programa durante treze anos. Muito detalhista e perfeccionista, sempre gostou
de organizar o material de trabalho. Ainda hoje guarda muita coisa utilizada na
época, todas feitas à mão. Entre os itens, fitas K7 com mensagens de otimismo
que ele mesmo gravava, fazia toda a arte, vendia e até entregava.
Do
rádio pra Sunab
Paralelamente
a atividade radiofônica, trabalhou no Instituto Brasileiro do Café (IBC) até o
seu fechamento, local em que colecionou várias histórias que também gosta de
contar. Depois foi para a Superintendência Nacional do Abastecimento (Sunab),
que ele mesmo define como “O temido 198”, em alusão ao telefone que aparecia em
placas de supermercados e bares e que recebia ligações para qualquer tipo de
atendimento aos consumidores. Aposentou-se na Sunab.
Apaixonado
pelo rádio, Benê chegou a fazer um curso para aprender a desmontar e consertar
os aparelhos. Sua esposa duvida que ele consiga, mas ele afirma que se tiver o
material, é capaz de aplicar os aprendizados. Questionado se ainda ouve rádio,
ele responde. “Hoje eu só tenho um para ouvir jogo. Quero um que toque fita
K7”. A camisa do Coritiba deixa evidente seu gosto pelo futebol e ele se declara
como “o pior goleiro de Cambará e Cornélio Procópio”.
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