A
Polícia Civil acredita que o menino Cristiano Soares, 2 anos, desaparecido há
15 dias de uma propriedade rural em Santo Antônio da Platina, onde os seus pais
residem pode estar em uma aldeia indígena em Tamarana, na região de Londrina.
As investigações feitas pela equipe chefiada pelo delegado Tristão Borborema de
Carvalho Filho indicam que o menino deve estar com o avô, que vive na Aldeia
Apucaraninha.
Para
Carvalho Filho não restam dúvidas da participação do avô da criança, que não
teve a sua identidade revelada, no crime. Segundo o que a polícia conseguiu
descobrir em duas semanas de investigações é que o pai da dona de casa Glaciele
Marcolino, 19, esteve na região onde a filha e o neto moram dias antes do
desaparecimento e fazendo perguntas sobre a rotina do menino.
O
delegado confirmou que conseguiu permissão da Fundação Nacional do Índio
(Funai) e dos líderes da aldeia em Tamarana para procurar o menino na área, mas
o garoto não foi encontrado, assim como o avô. Carvalho Filho revelou ainda que
quando esteve na aldeia, ele e sua equipe chegaram a ser hostilizados pelos
indígenas que vivem no local.
O
policial revelou ainda que a mãe da criança chegou a revelar em depoimento ter
sido violentada pelo próprio pai ainda criança, assim como uma de suas irmãs.
“Começamos a investigar três linhas. Mas ao longo do trabalho descartamos
outras duas possibilidades que não se confirmaram. No entanto, a cada dia
surgiam novos indícios da participação do avô”.
Apesar
dos indícios, Tristão Carvalho Filho explica que a partir de agora as
investigações passam a ser dirigidas pelo Serviço de Investigação de Crianças
Desaparecidas (Sicridi) e pela Polícia Federal, que é o organismo de segurança
que tem autonomia para investigar crimes que possam envolver indígenas.
Mãe
ganha liberdade
A
prisão temporária da mãe do garoto Cristiano Soares, Glaciele Marcolino expirou
na quinta-feira, 5, e mesmo com o pedido da Polícia Civil solicitando a prisão
preventiva da dona de casa, a Justiça entendeu que a indígena não deveria
permanecer presa.
Durante
os 10 dias em que
Glaciele permaneceu na carceragem da 38ª Delegacia de Polícia
Civil em Santo Antônio
da Platina, muito pouco ou quase nada ela revelou aos policiais, o que levou os
investigadores a desconfiarem da participação da mulher no sumiço do próprio
filho.
TEXTO: Marcos Martins e Luiz Guilherme
FOTO: Antonio Picolli
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