Sem coveiro, famílias cavam as sepulturas para enterros no Paraná

Desde que o coveiro de Barra do Jacaré se aposentou, a prefeitura encontra dificuldades para preencher o cargo, já que faltam interessados pela vaga. Desde então, os moradores tiveram que se responsabilizar pela função de enterrar os mortos. A cidade tem cerca de três mil habitantes e registra, em média, uma morte a cada mês.
A última morte registrada na cidade foi no domingo (24) com uma mulher de 71 anos. Os familiares ficaram indignados com a situação, e precisaram da ajuda de amigos para abrir e fechar a cova. “Já deviam ter colocado um coveiro no lugar. Sabendo que um ia sair, teria que colocar outro”, reclamou uma das netas da mulher.
O coveiro aposentado, José Bezerra, trabalhou no cemitério por 15 anos e conta que realizou mais de 100 sepultamentos. Ele ainda ajudou em alguns casos até junho, mas precisou parar após machucar uma das mãos. “Daqui para frente, tem que arrumar alguém, para isso não acontecer mais”, disse Bezerra.
O vereador Roberto de Freitas Aguiar (PT) informou que o problema será debatido na Câmara Municipal. “Vamos entrar com um requerimento, discutindo na câmara para que isso não aconteça mais. Hoje, a gente tem que marcar hora pra morrer aqui na cidade, e a família tem que cavar a sepultura antes. É um descaso total”, apontou Aguiar.
A prefeitura informou que, enquanto não realiza a contração de um novo funcionário, seguirá remanejando funcionários municipais para o cargo. Além dos enterros, o coveiro também realiza a limpeza e faz pequenos consertos no cemitério. O salário é de pouco mais de R$ 800.

FONTE: G1

OUTRO LADO
O prefeito de Barra do Jacaré, Edimar de Freitas Alboneti (PP), o Edão, se surpreendeu com a notícia veiculada ontem na primeira edição do RPCTV – afiliada da Rede Globo – que reportou o trabalho dos familiares da aposentada Lourdes dos Santos, 71 anos, que tiveram que abrir a cova no cemitério para enterrá-la na manhã de segunda-feira, 25, devido à falta de um coveiro. O prefeito alega que funcionários da prefeitura realizariam o serviço na manhã de segunda-feira antes do enterro, mas foram surpreendidos quando souberam que a família já havia feito o serviço na tarde de domingo.
Segundo Edão, o coveiro da prefeitura, José Martins Rezende, 70, se aposentou em janeiro e a prefeitura vai contratar outro servidor por meio de concurso público, mas enfatiza que servidores da área de serviços gerais realizam a tarefa do coveiro. “Ao contrário do que foi veiculado num jornal da região, eu não aposentei o coveiro, não tenho poder para isso e os servidores da prefeitura já realizaram sete sepultamentos depois da aposentadoria do coveiro sem que houvesse problema algum”, bradou.
O prefeito explica que a família da aposentada morta entrou em contato com a prefeitura e avisou que o enterro seria realizado na segunda-feira às 10 horas. Edão determinou que uma hora e meia antes do sepultamento servidores iriam ao cemitério para abrir a cova, porém, sem saber o motivo, familiares realizaram o serviço por conta própria no domingo sem necessidade. Ele também estranhou a presença de três vereadores que presenciaram o serviço realizado pela família no domingo e posaram para fotos, mas preferiu não revelar os nomes dos parlamentares.
Irritado com o teor da reportagem veiculada num jornal da região, o prefeito esclarece que jamais esteve na praia, como noticiado, mas foi a Curitibacom a esposa e a cunhada para levar o sobrinho que prestou vestibular. Além disso, ele também ressalta que continua administrando o município mesmo depois da divulgação da cassação de seu mandato – e também da vice-prefeita, Edina Aparecida dos Santos Inferdes -por abuso do poder político e uso do bem público durante a campanha eleitoral em 2012.Ele permanece no cargo porque recorreu da sentença e neste período participou de diversos eventos oficiais.
 FONTE: tANOSITE

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