Usina de reciclagem que virou lixão a céu aberto é fechada no Paraná



A usina de reciclagem de Ibaiti, no norte pioneiro do Paraná, denunciada por ter se transformado em um lixão a céu aberto, foi fechada pela prefeitura da cidade na última quarta-feira (2). O prefeito Roberto Regazzo disse ao G1 que seguiu uma ordem do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Segundo ele, o IAP pediu o fechamento da usina por estar contra as normas ambientais.
De acordo com a presidente da cooperativa Vânia Faustino Saguar, a usina foi criada em 2012 e deveria receber apenas o lixo reciclável, mas o local também estava recebendo lixo orgânico. A presidente ainda contou que os cooperados tinham condições precárias de trabalho, sem máscara e luvas adequadas. O problema foi denunciado ao Tribunal de Contas do Paraná (TCE-PR), IAP e Ministério Público do Paraná (MP-PR) pelo vereador Sidinei Robis de Oliveira (PTB). Além disso, o parlamentar informou que todo esse lixo estava poluindo a principal nascente de rio da cidade.
Na manhã desta quarta-feira, cooperados de 20 famílias da cidade souberam que a usina foi fechada. “Nós fomos esperar o ônibus da prefeitura para levar a gente até a usina, como todos os dias, e ele não apareceu. Fomos nos informar sobre o que havia acontecido e disseram que a cooperativa não iria funcionar mais”, disse Vânia. Em uma reunião realizada com o prefeito nesta manhã, a informação do fechamento foi confirmada.
Regazzo declarou ao G1 que, a partir de agora, todo o lixo será enviado para o aterro da cidade vizinha de Pinhalão. “Lá, vai ser montada outra cooperativa. Já em Ibaiti, até o fim do ano, vamos trabalhar com o sistema de contêineres, onde a própria população vai jogar o lixo em caçambas para molhados, secos e construção”, disse.
Segundo ele, alguns cooperados de Ibaiti vão ser aproveitados para trabalhar na usina de Pinhalão, no entanto, os demais não devem ir para a cooperativa. “Nós vamos tentar colocar esse pessoal que não for para a usina em alguma outra empresa”, garantiu o prefeito. Enquanto não há uma decisão, Vânia lamenta. “Estamos todos na rua”.
Irregularidades
O contrato de trabalho da cooperativa com a prefeitura se encerraria no dia 10 de outubro. A administração fazia um repasse para a usina de R$ 13,5 mil por mês. Na análise da prestação de contas da cooperativa, o prefeito de Ibaiti informou que foram identificadas irregularidades. “No balanço consta que está faltando R$ 55 mil no cálculo final. Queremos saber onde está esse dinheiro”, declarou.
A presidente da cooperativa afirmou que não desviou dinheiro. Segundo ela, o valor repassado era usado para pagar o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) dos cooperados, o contador e outros serviços. Por mês, sobravam de R$ 8 mil a R$ 10 mil para dividir entre as 20 famílias, sendo que cada uma recebia de R$ 400 a R$ 500. “Nós estamos sendo acusados de algo que não fizemos. Já levamos o balanço a três contadores e está tudo certo. Nós vamos lutar pela nossa dignidade porque nada foi roubado”, disse.
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