O
COLUNISTA ANDRÉ PUGLIESI DO JORNAL GAZETA DO POVO LEMBRA A DATA EM QUE O ABATIAENSE
SEBASTIÃO FERRI (TIÃO ABATIÁ) FOI CONSIDERADO MELHOR QUE PELÉ:
Vinte
e sete de outubro de 1971. Para a maioria, só mais uma quarta-feira como outra
qualquer: escola, trabalho, nada que fizesse a vida realmente valer a pena.
Para os aficionados por futebol, entretanto, aquela prometia ser “a noite mais
linda do mundo”.
Sim,
afinal de contas, o Coritiba teria pela frente o maior time desde que um índio
emendou um voleio num coco e inventou o esporte: o Santos de Pelé. Não
confundir com o Santos, um clube, digamos, igual aos demais gigantes
brasileiros.
Para
a juventude que lê a coluna (existe?), não se deve também misturar os Édsons.
Lá no início dos 70, Pelé era ainda o Atleta do Século, tricampeão do mundo no
ano anterior, destaque do superlativo esquadrão canarinho. Nada a ver com o
tiozinho pé-frio e “poeta” (quando calado) com o qual já nos acostumamos.
Não bastasse, a representação peixeira ainda dispunha de Ramos Delgado, Oberdan, Rildo, Clodoaldo, Edu, entre outros. Seria uma bronca tremenda não possuísse o Coxa um escrete tão malvado quanto.
A defesa era um absurdo. Nilo, Cláudio Marques, Hermes e Pescuma – bastava este último, um zagueiro de 5 metros de altura por 2 de largura, capaz de intimidar o mais denodado dos avantes. Organizando tudo isso, na chamada “volância”, Capitão Hidalgo, que não mereceu a alcunha por acaso.
E na frente, a dupla caipira Paquito e Tião Abatiá, vinda de Bandeirante, forjada na Vila Maria, por muitos anos conhecida como um dos lugares mais perigosos e inóspitos para a prática do futebol no globo terrestre.
Não bastasse, a representação peixeira ainda dispunha de Ramos Delgado, Oberdan, Rildo, Clodoaldo, Edu, entre outros. Seria uma bronca tremenda não possuísse o Coxa um escrete tão malvado quanto.
A defesa era um absurdo. Nilo, Cláudio Marques, Hermes e Pescuma – bastava este último, um zagueiro de 5 metros de altura por 2 de largura, capaz de intimidar o mais denodado dos avantes. Organizando tudo isso, na chamada “volância”, Capitão Hidalgo, que não mereceu a alcunha por acaso.
E na frente, a dupla caipira Paquito e Tião Abatiá, vinda de Bandeirante, forjada na Vila Maria, por muitos anos conhecida como um dos lugares mais perigosos e inóspitos para a prática do futebol no globo terrestre.
Bola
rolando no então Belford Duarte e logo o lance definitivo. Eram jogados 18
minutos quando Tião Abatiá partiu em fuga pelo lado esquerdo do gramado.
Momento em que as mais de 30 mil pessoas presentes ao estádio pressentiram algo
fantástico por vir.
Cabe
aqui uma breve digressão e perdoe-me a redundância (está tudo na foto). Mas
Tião Abatiá não era um atacante comum, a começar pelo nome. Poderia ser apenas
Tião, como somente Abatiá. Mas não, era Tião Abatiá.
A
figura ostentava ainda, como dizem hoje, um tremendo “diferencial”. A cabeleira
rebelde, as costeletas e a dentição imperfeita dos goleadores, algo
completamente fora de moda atualmente, era do dente de Mentex e da falsificação
de si mesmo.
Eis
que o coxa-branca agrediu a bola com tamanha violência que, contam quem esteve
lá, se acertasse em alguém matava. Por sorte, o goleiro Cejas apenas resvalou,
a esfera estufou o barbante e quase arrancou as traves do chão. Era o gol da
vitória alviverde pelo Brasileiro, o tento que mais tarde faria ecoar noite
adentro pelo Alto da Glória, Juvevê, Centro e cercanias: Tião Abatiá é melhor
que Pelé!
FONTE: ABATIÁonline
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