A
cidade de Jacarezinho, no Norte Pioneiro, irá criar nos próximos dias um comitê
técnico para garantir o bom uso da rede coletora de esgoto. Mesmo com mais de
93% de cobertura com coleta e tratamento de esgoto, a população não está
usufruindo integralmente do benefício deste serviço devido ao mau uso e à ação
de vândalos. Pedras em poços de visita da Sanepar e o lançamento de água de
chuva na rede de esgoto estão entre as principais causas de obstrução e
extravasamento da rede, com impactos importantes na saúde pública e no meio
ambiente.
O
assunto foi debatido nesta quinta-feira (10) numa reunião que contou com a
presença do prefeito Sérgio Eduardo de Faria, secretários municipais,
representantes do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e da Polícia Ambiental -
Força Verde, além de técnicos da Sanepar. O relatório de vistorias apresentado,
revela a existência de 10 pontos onde ocorrem, de forma reincidente, a
obstrução e o extravasamento em poços de visita e 923 imóveis com ligações
irregulares na rede de esgoto.
Entre
os problemas que ocorrem nas ligações da cidade estão a falta da caixa de
gordura, o lançamento de esgoto na galeria de águas pluviais, o uso de fossa
séptica, mesmo com a rede coletora disponível, e o lançamento de água de chuva
na rede da Sanepar, em diferentes regiões da cidade.
O
prefeito afirma que vai estender o trabalho e nomear técnicos de outras
secretarias para integrar o comitê. “Vamos convocar também a população a fazer
parte e colaborar para a solução deste problema, que é grave”, afirmou. Ele
considera que o município está bastante adiantado na questão do saneamento em
função dos índices de atendimento e atribui este resultado ao trabalho da
Sanepar. “É, sem dúvida, uma empresa de atuação reconhecida e preocupada com o
bem-estar e a saúde da população”, destaca.
O
gerente regional da Sanepar, Gandy Ney de Camargo, avalia que a primeira
reunião para tratar do assunto de forma integrada foi bastante positiva. Ele
destaca a manifestação imediata de cada secretário a favor da constituição de
um comitê e da integração de forças para solucionar o problema, que é crônico
na cidade. “Neste primeiro momento, estamos empenhados na conscientização da
população de que os prejuízos ambientais e para a saúde podem ser evitados”,
ressalta.
MANUTENÇÃO
– Para evitar os impactos por mau uso da rede coletora de esgoto, a Sanepar
busca detectar pontos de obstrução de rede, por meio de telediagnóstico, um
tubo iluminado com microcâmera de vídeo introduzido na tubulação. Para
identificar se há rompimento da rede de esgoto e alguma interferência nas
galerias pluviais é utilizado um equipamento que emite fumaça. O trabalho é
feito tanto para manutenções preventivas quanto para corretivas, situações em
que também é utilizado o caminhão de hidrojateamento para a lavagem e retirada
de resíduos da rede.
As
vistorias nos imóveis são realizadas apenas com a autorização do morador. Com
elas, é possível detectar, a partir do lançamento de corantes biodegradáveis em
ralos e vaso sanitário, o destino dado para o esgoto. Na ação, um técnico
permanece na rua observando se o corante passa pela rede da Sanepar, se escorre
pela rua ou tem outro destino. A equipe, que tem como premissa orientar o
morador a regularizar a situação, notifica as irregularidades.
COMITÊ
– Participaram da reunião com a Sanepar, além do prefeito de Jacarezinho, os
secretários municipais de Assistência Social, Sidnei Ferreira, de
Administração, Fernando Faleiros, de Desenvolvimento Urbano, Nilton Batista
Prado, de Conservação e Limpeza Urbana, Luiz Carlos Martoni, e de Agricultura,
João Paulo Carretero, e ainda o diretor de Meio Ambiente, Ricardo Aguiar.
Também estiveram presentes o fiscal do IAP na região, João Rocha Loures, e o
sargento Márcio Onisko da Silva, da Polícia Ambiental – Força Verde de
Jacarezinho. Todos irão integrar o comitê técnico, que poderá ter a
participações de outras instituições da cidade.
Entre
as ações que devem ser realizadas pelo comitê está a apresentação do
diagnóstico para lideranças de bairros, diretores e professores de escolas e
lideranças religiosas. A primeira ação deve acontecer ainda neste mês, com a
notificação, pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano, de todos os moradores
dos imóveis em que a Sanepar constatou irregularidade. Cada morador receberá um
novo aviso para que o responsável pelo imóvel regularize a situação.
TEXTO:
Giovanna Migotto da Fonseca Gallel / SANEPAR
FOTOS: Marcos Junior / Dep. de Comunicação
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