A
América Latina Logística – ALL contabilizou mais um prejuízo causado por
descarrilamento de seus trens em menos de 60 dias em Cambará. O primeiro
acidente aconteceu no mês de julho, numa curva localizada na fazenda Santa
Cornélia e estava carregado de adubos. O segundo acidente aconteceu dia 21
setembro último, na fazenda Santa Maria e estava carregado de açúcar e álcool
combustível. O curioso é que os dois acidentes foram registrados praticamente
no mesmo trecho, distantes apenas por dois quilômetros.
De
acordo com o técnico de via da ALL, Carlos Henrique de Oliveira, que esteve na
tarde desta terça-feira, (01) na redação do Circulandoaqui, a companhia sabia
dos risco de descarrilamento e havia alertado seus maquinistas sobre os
problemas de restrição de dormentes no trecho. “No local do acidente, os
dormentes estavam bem prejudicas por conta do fogo ateado no canavial e que
invadiu os trilhos e consumiu boa parte dos dormentes” contou Henrique.
Mesmo
sabendo dos riscos de descarrilamento a companhia liberou o trafego das
composições nos dois sentidos, Ourinhos/Londrina/Ourinhos. Henrique informou
que a velocidade permitida no local em condições normais é de 32km/h e foi
recomendado aos maquinistas para que trafegassem no máximo a 20km/h, devido os riscos
do trem sair dos trilhos. “Os laudos preliminares apontam que a composição
estava na velocidade indicada pela companhia, ou seja, 20km/h” afirmou
Henrique.
De
acordo com Oliveira, a ALL enviou uma equipe para realizar uma perícia para
saber as reais causas do acidente. As informações preliminares não apontaram
problemas de bitola aberta (quando há um alargamento dos trilhos) e a condução
da composição apresenta dados normais, porém a perícia ira se aprofundar no
caso para apontar as reais causas do acidente. O laudo sai em 30 dias.
O
trecho ficou interditado por 16hrs e foi preciso improvisar uma variante (uma
espécie de desvio) para que a via fosse liberada ao trafego. Cerca de 50
técnicos da ALL estiveram no local dando o suporte para a liberação da via,
recolhimento do açúcar derramado e o transbordo do álcool para um novo vagão.
Carlos Henrique destacou que não há risco de explosão, porém, afirmou que pelas
condições da via, não é descartada novo descarrilamento no local. O acidente
aconteceu na noite do dia 21de setembro e ninguém se feriu. No outro acidente,
que aconteceu em julho, também não houve feridos, apenas danos materiais e
vazamento de adubos.
Em
tempo
A
série de acidentes envolvendo trens da ALL que administra o trecho abre a
discussão sobre a segurança das famílias cambaraenses que vivem a margem da
ferrovia. A crescente onda de descarrilamento acende o farol vermelho para a
questão. A ferrovia corta vários bairros populosos em Cambará como a Vila Rubim
e Popular Nova. Não precisa ser um perito em linhas férreas para perceber que
os dormentes que sustentam as toneladas de ferros que trafegam pelo nosso
município estão precários. As autoridades devem tomar providencias e rápido,
antes que uma tragédia caia sobre as famílias cambaraenses. No primeiro
acidente, os três vagões que tombara a margem da via férrea ainda não foram
recolhidos.
FONTE:
Roberto Francisquini – Circulandoaqui.com
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