Denúncias de violência contra a mulher crescem em Jacarezinho

O número de denúncias relacionadas a violência contra a mulher aumentou em Jacarezinho. O último levantamento feito pela Coordenadoria das Delegacias da Mulher no Estado do Paraná (Codem), junto à Delegacia da Mulher de Jacarezinho, aponta que entre janeiro a julho deste ano foram registrados 208 Boletins de Ocorrência dessa natureza no município. O número é 38,6% maior que o registrado no mesmo período de 2012, quando foram oficializadas 150 queixas. 
A delegada titular da Codem, Paula Brisola, indica que o aumento das denúncias mostra que as mulheres estão mais interessadas na defesa de seus direitos. "Esse aumento (de boletins) tem ocorrido em todo o Brasil. Vale lembrar que todo policial está pronto para receber esse tipo de queixa e prestar o devido atendimento a vítima", reforça. 
A delegada afirma ainda que o número poderia ser maior, mas algumas mulheres ainda deixam de oferecer queixa, principalmente porque os agressores são, na maioria, os próprios parceiros. "A mulher observa que pode punir, mas tem receio de represálias ou das perdas que pode ter, já que terá que deixar o companheiro e acaba optando por não fazer a denúncia, mas nos últimos anos isso vem mudando", garante. 
Vale ressaltar que o levantamento da Codem também aponta que o número de prisões efetivadas também aumentou, saltando de 29 para 53 (82,7%) no mesmo período comparativo. 
Apesar da Delegacia da Mulher em Jacarezinho ser a única unidade especializada no Norte Pioneiro, Paula faz questão de reforçar que as mulheres que sofrerem qualquer forma de agressão podem procurar uma delegacia convencional para formalizar uma denúncia. 
A delegada reconhece que a falta de um setor específico em municípios menores cria dificuldades até mesmo para levantar dados precisos quanto a violência contra a mulher no Estado, já que para ser caracterizado como tal há necessidade de uma avaliação do delegado. Ela pondera que o ideal seria ter uma unidade especializada na área em cada município, porém isso não é possível por questões financeiras e estruturais. 

Na tentativa de amenizar as dificuldades, a delegada revela que já está em estudo a viabilidade de instalação de setores específicos para o atendimento ao público feminino nas unidades policiais. "Estamos levantando os equipamentos e o que seria o ideal para cada delegacia. A ideia é criar um setor nas delegacias dos municípios menores. Também avaliamos a possibilidade das principais cidades receberem centrais, mas prefiro não falar em datas, pois os estudos estão no começo", pondera. 

FONTE: Vinícius Fonseca - Jornal Folha de Londrina

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