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O
repasse dos royalties do petróleo deverá injetar quase R$ 30 milhões por
ano nos 46 municípios do Norte Pioneiro, mas tudo ainda depende do
julgamento de uma ação liminar no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. A estimativa
do valor é da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) com base na
arrecadação do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que é a principal
fonte de receita para a maioria das prefeituras brasileiras.
O
presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, considera que “assunto é extremamente
complexo” e que, por enquanto, não está nada definido. Segundo ele, tudo está
na dependência do julgamento do Supremo, “o que pode acontecer tanto na próxima
semana quanto daqui a dois anos”, afirma.
Ziulkoski
calcula que o repasse dos royalties do petróleo em um ano deverá corresponder,
em média, entre 80% a 90% da arrecadação do FPM em um mês. Como a arrecadação
líquida do fundo no mês de maio nos 46 municípios da região foi de R$ 34,6
milhões, isto significa que o repasse dos royalties seria de quase R$ 29,5
milhões.
O
repasse do FPM é feito com base na arrecadação de dois tributos federais: o
Imposto de Renda (IR) e o Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI). A parte que corresponde aos municípios é de apenas 15% do total
arrecadado. O repasse varia de acordo com a população de cada município. Há um
coeficiente para enquadrar os municípios.
No
caso do Norte Pioneiro, a maioria dos municípios está na primeira faixa de
repasse, que foi individualmente de R$ 541,5 mil, no mês de maio. Cornélio
Procópio é o município que mais deve receber royalties; valor estimado chegou a
R$ 1,8 milhão.
O
presidente da CNM diz que os royalties do petróleo não resolvem os problemas
financeiros dos municípios, mas trazem um “alívio monetário” para alguns
setores. “Quando o recurso entrar no orçamento, não é a prefeitura que será
beneficiada, mas o cidadão, porque o repasse tem que ser aplicado em áreas
sociais”, afirma Ziulkoski.
O
deputado federal Nelson Padavonai (PSC) falou sobre o assunto recentemente em
uma reunião de prefeitos do Norte Pioneiro. Ele está confiante de que a liminar
será julgada “em breve” pelo Supremo e que o assunto não depende mais da
interferência dos deputados e senadores ou dos prefeitos. Segundo ele, os
recursos serão repassados imediatamente às prefeituras assim que for julgado
pelo STF e que vão trazer muitos benefícios para os municípios. “Qual o
município que não tem, por exemplo, problemas com a educação ou com o
transporte escolar?”, pergunta.
Histórico
Atualmente, os royalties beneficiam apenas os estados produtores, que ficam próximos às bacias de petróleo, no caso São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Atualmente, os royalties beneficiam apenas os estados produtores, que ficam próximos às bacias de petróleo, no caso São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Houve
uma grande mobilização de prefeitos e governadores para que os royalties fossem
estendidos a todos estados e municípios da federação. O projeto foi aprovado no
Congresso Nacional, mas vetado pela presidente Dilma Rousseff. De volta ao
Congresso, os vetos da presidente foram derrubados. O motivo da polêmica são os
poços que passaram a ser explorados a partir de dezembro do ano passado.
Os
estados produtores, que se sentiram prejudicados, entraram com uma liminar no
Supremo Tribunal Federal. É o julgamento do mérito desta ação que pode
acontecer a qualquer momento e está sendo aguardado com muita expectativa pelos
prefeitos.
A
ministra Carmem Lúcia já declarou que iria fazer o julgamento de imediato.
“Enquanto o julgamento não sai, o Rio de Janeiro continua ganhando mais e os outros
estados ganhando menos”, resume Ziulkoski.
Folha
Web
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