Intimado pela polícia por não devolver livro de Biblioteca Cidadã

Um adolescente de 17 anos de Arapoti foi intimado pela Polícia Civil a devolver um livro infantil que pegou emprestado na Biblioteca Pública em janeiro deste ano. Segundo a polícia, o menor tem até esta terça-feira,30, para efetuar a devolução, caso contrário, receberá outra intimação e poderá responder pelo crime de desobediência.
Em entrevista,o  pai do adolescente, Elias Pascoal Nunes, disse que a Biblioteca Pública não entrou em contato anteriormente com a família para alertar sobre o atraso e pedir a devolução. “O meu filho empresta livro na biblioteca a cada 15 dias, eles poderiam ter ligado que a gente levava o livro até lá, não precisava dessa atitude abusiva”, critica. Ainda de acordo com ele, a intimação com o nome do filho foi entregue para um pedreiro que fazia obras na casa da família e não nas mãos dele ou do próprio filho. “Isso revoltou ainda mais, deu a impressão que somos bandidos, que o meu filho fez algo de grave”, alega.
Nunes conta ainda que um representante da secretaria municipal de Educação ligou para ele nesta segunda-feira e fez um convite para que ele comparecesse ao departamento para que pudesse explicar a situação. No entanto, ele recusou e afirmou que terça-feira irá até a Delegacia com o filho e o livro e depois fará uma reclamação na Procuradoria de Justiça. “Essa atitude abusiva desestimula a leitura e faz com que os adolescentes não queiram mais ir até a biblioteca emprestar livros”, finaliza.
A secretária municipal de Educação de Arapoti, Rosi Rogenski, explica que a funcionária da biblioteca tomou a atitude de ir até a delegacia e fazer um Boletim de Ocorrência sem consultá-la. “Hoje pela manhã ela me disse que ligou para a mãe do rapaz algumas vezes, mas como o livro não foi devolvido decidiu fazer o Boletim de Ocorrência”, explica.
Ainda segundo Rogenski, a bibliotecária adotou o procedimento que é estipulado pelo Manual da Biblioteca Cidadã. Em um dos tópicos, o manual indica que se a devolução de livros demorarem a acontecer, a biblioteca pode tomar atitudes mais sérias e rigorosas, como a realização de um Boletim de Ocorrência, para não correr o risco de perder definitivamente a obra.

“Esse não é um procedimento aconselhado pelo município, se ela tivesse conversado com a gente teríamos indicado que ela fosse até a casa do adolescente para recuperar o livro e de jeito nenhum fosse até a delegacia”, afirma a secretária. Ela disse ainda que vai ser reunir com a  administração do município para decidir qual procedimento tomar em relação a esse caso e inclusive com a funcionária(Texto: Luciane Cordeiro).

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