A
sessão da Câmara dos Vereadores de Andirá, da última segunda - feira, foi
bastante tumultuada. O motivo foi a apresentação de um requerimento
enca-minhado de última hora pelo Prefeito José Ronaldo Xavier (PTB) que dispõe
sobre abertura de crédito adicional, no valor de R$ 348.500 mil, para a
Sociedade Beneficiente Hospitalar de Andirá. Durante quase uma hora, a
pauta ficou em
discussão. Primeiro, precisava ser aprovada a inserção do
projeto na sessão do dia, já que ele chegou horas antes do início dos trabalhos
no legislativo. Depois, a votação do mesmo. Com discursos inflamados
alguns vereadores tomaram a palavra e entenderam o encaminhamento como um
desrespeito aos trâmites legais da Casa, que precisaria de tempo para ana-lisar
a aprovação do recurso, antes de simplesmente autorizar. Este norte
argumentativo foi base, inclusive, do discurso do vereador Profº Paulo Alves
(PSD). Em diversos momentos, ele enfatizou que não é contra o projeto,
mas, a forma com que foi apresentado. "Não sou contra . Só vou me abster
de votar por que nem na pauta o projeto está, o que é estranho, já que
precisamos de tempo para discuti-lo", enfatizou. O vereador Claudemir
Dagrone (PSDB) seguiu a mesma linha, abstendo-se da votação e alegando
que o legislativo tem que ter responsabilidade com o dinheiro do povo. "Também
vou me abster, pois este não é o trâmite legal da casa. E temos que agir
na legalidade", disse. Mas o mais inflamado embate ficou mesmo entre os
vereadores Gilmar Leonardo (PSDB) e o Presidente da casa, José Odair Bonacin
(PV).
O
chefe do legislativo chegou a pedir o desligamento do microfone de Leonardo, já
que o mesmo, em discurso inflamado apontou os problemas diversos que orbitam em
torno das questões administrativas e de funcionamento do hospital. Ele citou,
em sua declaração, casos recentes em que cidadãos não teve atendimentos plenos.
"Estou a sete mandatos como vereador. Nunca vi uma casa tão séria e
dedicada como esta. Mas vou me abster ao projeto pois
desrespeitaram esta casa encaminhando projeto de última hora sem tempo pra
gente analisar. Sempre estamos aprovando recursos pro hospital e precisamos ver
pra onde é que este recurso realmente vai. Além disso, recebemos agora,
em julho, a prestação de contas referentes a abril", enfatiza. Mas este
não foi o único tom do discurso. Por diversos momentos ele pediu seriedade à
Presidência da Casa, na condução dos trâmites. Enfatizou o respeito que tem
pelo vereador que preside o legislativo, mas, pediu que casos como este
sejam melhor observados, para não virar uma constante.
Receio
Os
vereadores Wagner Luiz Calixto (PSC) e João Mitrovini Filho (PTB) aproveitaram
o espaço para destacar que não estão votando a favor por receio de seus nomes
serem expostos, no mural do Hospital, como ocorreu há alguns meses, numa
atitude da direção da instituição hospitalar. Segundo eles, a inserção do
PL na sessão da semana e a aprovação, se dão por conta da emergência.
Lider do Governo
O
abacaxi ficou mesmo na mão do líder do governo da Câmara, Sandro Aparecido
Valério (PTB) que tomou a palavra e defendeu a necessidade da aprovação do
recurso, em caráter de urgência. Em seu discurso, ele destacou que como
líder nem sempre tem um papel tranquilo e às vezes pode se sentir constrangido,
mas, enfatizou que o PL tem como norte a necessidade de defender melhores
condições de saúde da população atendida no hospital. "Tem algumas
situações que me causam constrangimento. A oposição até tem a sua razão por
causa do tempo que a gente tá recebendo este projeto. Eu, como líder do
governo, tenho que fazer o meu papel de representar aquilo que o executivo pede
aqui", disse. " Peço a serenidade tanto do exectivo, quanto
desta casa, pra que a gente não venha mais chegar a este nível de exaltação pra
discutir uma coisa que será aprovada", completou.
O
vereador André Rossato (PTB), também num discurso inflamado, destacou que seu
norte é votar com o partido. Ele conta que passou pela experiência de ser líder
de governo e sabe o quanto a missão é espinhosa. Quanto ao projeto, ele também
disse que o problema maior da discussão foi o atraso. " Antes,
existia o inverso. Vinha o provedor, desesperado, pra votar rápido, pegar
o dinheiro pra pagar as coisas. Agora, se faz o caminho quase correto. Se
tivesse vindo na sexta - feira, não estariamos tendo este debate hoje. Quem tem
que vir pra câmara explicar o porquê do projeto é a prefeitura. O que está
faltando é planejamento, encaminhar o projeto mais cedo, com prazo",
explicou o vereador, que já foi Presidente da casa.
Explicações da Prefeitura
Nossa
reportagem procurou a Prefeitura para buscar informações sobre o projeto e o
porquê do encaminhamento tardio para apreciação e votação na casa de leis. De
acordo com a nova secretária de administração do município, Jaqueline Polizel,
a autorização era apenas para "uma troca de contas, ou seja, uma
suplementação de contas e valores que serão repassados e utilizados para o
pagamentos de serviços contratados junto ao único hospital do município".
De
acordo com ela, a explicação sobre o envio de última hora no encaminhamento do
projeto não diz respeito à sua pasta, e sim, à Contabilidade, responsável por
estes trâmites. Já o Contador da Prefeitura, Arnaldo, disse que essa resposta compete
à Secretaria de Administração e ao Prefeito. A Secretária informou também que
esteve, na segunda - feira, antes da sessão, na sede do legislativo e
explicou a todos os vereadores sobre o teor do projeto.
FONTE: Tiago Dedoné / Folha de Andirá
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