Moradores
do distrito de Monte Real, em
Santo Antônio da Platina, esperam há mais de cinco anos pela
manutenção das ruas e do acesso que liga o distrito à PR 092. O asfalto está
cheio de buracos e a população também reclama do barro que cobre boa parte das
ruas devido às chuvas dos últimos dias.
“A
última vez que a prefeitura fez manutenção no acesso à PR e nas ruas foi logo
depois que o Pedro Claro assumiu no lugar do Zé Ritti (em 2007, quando Ritti
foi cassado)”, disse o comerciante Pedro Casemiro de Oliveira. “Todas as ruas
do Monte Real estão ruins, mas o pior problema é o acesso de terra à PR 092 que
sai da rua do posto de Saúde. Dali para frente o trecho está intransitável”,
reclama o agricultor Renato Rutzatz.
Os
moradores também lembraram que o último serviço realizado pela prefeitura foi
em 2012, na gestão da prefeita Maria Ana Pombo, antes das eleições. “Eles
(prefeitura) vieram aí, fizeram parte do meio fio da rua principal, mas nunca
mais voltaram e o serviço ficou pela metade”, afirma Rutzatz.
De
acordo com o chefe de gabinete da prefeitura, José Antônio da Silva, o
engenheiro da prefeitura está percorrendo o município para identificar os
locais onde há mais problemas. Assim que o levantamento for concluído as obras
de restauração começam.
“É
difícil estabelecer um prazo para o início das obras porque a situação está
ruim em muitos lugares, mas o prefeito não está parado, os R$ 550 mil (oriundos
do Plano de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios (PAM) disponibilizado a
fundo perdido pelo governo estadual) serão integralmente usados para a
recuperação da malha viária municipal”, informou.
Quanto
à manutenção das estradas rurais, a diretora de transporte escolar, Marlene
Barreto, também responsável pela manutenção destas estradas, afirmou que uma
máquina já está no local mencionado pelo agricultor. “Realmente aquele trecho
depois do posto de Saúde está caótico e é uma estrada importante porque faz
parte da rota escolar, por isso, assim que a chuva parar começaremos a
recuperá-lo”, disse a diretora.
Menina com necessidades especiais fica
sem transporte
O
problema da falta de manutenção nas estradas rurais do distrito de Monte Real, em Santo Antônio da
Platina, acabou em denúncia ao Ministério Público (MP). O Conselho Tutelar
solicitou a intercedência do MP para garantir os direitos da menina Isabela
Fernanda de Souza Lino, 10 anos, portadora de necessidades especiais.
Isabela
é filha do motorista João Lino Filho e da faxineira Gisele Fernanda de Souza
Lino. Desde que a ponte que dava acesso à casa da família, no sítio Lageadinho,
caiu, em abril depois de uma chuva forte, que a menina ficou sem transporte
para frequentar a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) no centro
da cidade.
Os
pais dizem que a única maneira de chegar ao local é acessando um trecho onde é
necessário andar mais três quilômetros e, mesmo assim, em dias de chuva os
veículos não podem trafegar porque parte da estrada não é empedrada.
Segundo
o casal, o motorista responsável pelo transporte se recusa a fazer o desvio
mesmo nos dias onde o trecho está trafegável. “Ele quer que nós levemos a
menina até a ponte, que fica a um quilômetro da nossa casa, mas ela não pode
andar e é difícil carregá-la” diz o pai. “Ela precisa fazer sessões de
fisioterapia para melhorar a paralisia parcial, mas, até agora, ninguém na
prefeitura apresentou uma solução para o transporte dela”, assinalou Lino.
Além
disso, a outra filha do casal, Gabriele, 8, é obrigada a andar até a ponte para
embarcar na van que leva os alunos à escola na sede do distrito. “Ela diz que
tem medo porque a tábua que colocaram no lugar da ponte para as pessoas
atravessarem está trincada e o buraco no local onde passa a água deve ter uns
quatro metros. Quem vai se responsabilizar se acontecer um acidente? E a minha
filha não pode perder aulas porque já reprovou um ano”, desabafa a mãe.
De
acordo com o casal, um agente do Conselho Tutelar conversou com a diretora de
transporte escolar, Marlene Barreto para encontrar uma solução, mas ela teria
dito que, para resolver o problema seria necessária uma vistoria do engenheiro
da prefeitura para elaborar um laudo sobre o problema.
Em
diálogo com a reportagem da Tribuna do Vale, Marlene confirmou que a
reconstrução da ponte é prioritária, mas lembrou que o tempo chuvoso não
colabora e que a solução definitiva ainda deve demorar.
FONTE: Mauricio Reale – Jornal Tribuna
do Vale
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