Produto de limpeza vaza em sarjeta e mobiliza policiais

Um líquido escuro que jorrava do pátio de lavagem de ônibus da Princesa do Norte na tarde desta quinta-feira, pelas ruas Pedro Claro de Oliveira e Vinte e Quatro de Maio, na Vila Claro, em Santo Antônio da Platina, deixou moradores apreensivos e mobilizou as Polícias Militar, Civil, Ambiental, além do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e do Departamento Municipal do Meio Ambiente.
O delegado Tristão Borborema de Carvalho com investigadores da 38ª Delegacia Regional de Polícia (DRP) fizeram a coleta do líquido, que, posteriormente, o técnico do IAP, Jorge Ronei Laurentino, descartou ser óleo diesel. Segundo ele, os resíduos eram produtos de limpeza usados nas lavagens dos ônibus, maior parte, sabão neutro. A sujeira é acondicionada de forma precária em tambores expostos ao tempo. O que transbordava, era lançado na galeria e parte escorria pela sarjeta.
Laurentino orientou o chefe do pátio, Sebastião Gonçalves a fazer uma cobertura para os tambores, além de uma mureta para evitar o que ele definiu como “descuido”. Segundo ele, a empresa terá um prazo para fazer as modificações e, se nenhuma medida for tomada, poderá ser autuada.
Segundo os vizinhos, o vazamento do produto é constante, pelo menos duas vezes por semana, desaguando do Ribeirão Boi Pintado. Alguns, dizem sentir cheiro de combustível nos ralos das casas. Segundo eles, nos dias de chuva, o problema piora. “Não tem condições, além do mau-cheiro, o telhado de zinco bate com o vento. Quando queremos conversar, eles nem atendem”. O delegado deve se pronunciar nesta sexta-feira sobre o caso.
O advogado da Princesa do Norte, Sebastião Garcia Neto, mostrou os tanques de contenção dos resíduos e afirmou que a empresa possui o certificado de qualidade ISO 9000. “Esse cuidado ambiental é imprescindível, até porque se não estivéssemos dentro da lei nem poderíamos concorrer a licitações”, enfatiza. Segundo ele, os materiais ficam nos tambores até serem recolhidos por uma empresa especializada de Maringá. “Eles demoram a passar, pois atendem toda a região. A destinação é correta, agora vamos melhorar o armazenamento”, garante.
O IAP também registrou outra ocorrência parecida há pouco mais de um mês. Na Rua Benedito Lúcio Machado, uma galeria da Sanepar se rompeu e um líquido escuro também foi coletado. A apreensão da população com incidentes do gênero é grande depois das explosões na galeria da Rua Rio Branco, no centro. Mesmo após a tragédia, que completa dois anos neste domingo, a falta de conscientização ainda é grande.


FONTE: Celso Felizardo – Jornal Tribuna do Vale
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