A
Confederação Nacional dos Municípios (CNM) alertou na última semana que 333
municípios brasileiros podem ter bloqueado o repasse da segunda parcela do
Fundo de Participação dos Municípios (FPM), sendo que no Paraná estão listados
24 e quatro deles na região norte do Estado - Carlópolis (174 km de Londrina), Joaquim
Távora (153 km),
Salto do Itararé (188 km)
e Santa Mariana (88 km).
O
motivo, segundo a CNM, seria inadimplência por parte dos municípios e que, se
não foram regularizadas logo, poderão ter as contas congeladas. Na lista
paranaense são citados, além dos quatro da região norte, Nossa Senhora das
Graças, Farol, Nova Londrina, Ivaiporã, Manoel Ribas, Iporã, Arapuã, Assis
Chateubriand, Campina do Simão, Clevelândia, Goioxim, Jaguariaíva, Lindoeste,
Palmas, Palmital, Ramilândia, Santa Helena, Tibagi, Ventania, Vera Cruz do Oeste
e Verê.
Por
conta deste alerta da CNM, diversos gestores têm procurado orientação junto ao
departamento de Finanças do órgão que esclarece: a Constituição Federal
determina - artigo 160, parágrafo único - que a entrega do FPM pode ser
condicionada à regularização de débitos junto ao governo federal e suas
autarquias.
A
mairia dos municípios citados na lista nacional está com a verba suspensa por
irregularidades no Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público
(Pasep). E que a retenção dessa cota vai afetar diretamente a vida de muitos
municípios que dependem quase que exclusivamente desse recurso para manter os
serviços funcionando.
Conforme
informações da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), a Delegacia Regional
repassará as informações necessárias à RFB em Brasília, que vai providenciar a
liberação dos recursos. Estes estarão disponíveis aos entes no 1° dia útil
subsequente à autorização da RFB ao Banco do Brasil S.A.
Norte paranaense
Dos
quatro municípios do norte paranaense, apenas Carlópolis estaria com as contas
em dia e a sua inclusão na listagem seria um equívoco. De acordo com o
Procurador Geral do Município, Marcos dos Santos Fagundes, as pendências que o
município possuía foram resolvidas e Carlópolis está com todas as certidões
negativas em mãos. "Acredito que fomos incluídos nesta listagem por causa
de uma pendência, na transição da administração, no início do ano, com relação
ao Pasep. Porém, já está tudo em dia e não creio que teremos problemas com o
repasse do FPM", comentou.
O
chefe de gabinete da Prefeitura de Joaquim Távora, Saul Bernardino de Oliveira,
enfatizou a realidade diferente do município para estar nesta listagem: a
realização de um terceiro turno da eleição municipal e a posse, há 20 dias, do
prefeito Gelson Nassar (PSDB). "Estamos tentando acertar todas as
defasagens que encontramos com a nossa recente posse na prefeitura. Vamos
fechar as torneiras, evitar mais despesas e, acredito, que por este motivo
ainda estamos na lista dos inadimplentes com governo federal. Mas trabalhamos
para regularizar isso mais rápido possível, pois é uma verba muito importante
para a administração municipal manter o serviço público em funcionamento",
assegurou.
Em
Salto do Itararé, a assessoria jurídica foi procurada para comentar a situação
do município e o reflexo do corte do repasse do FPM para a economia local. No
entanto, a responsável pelo setor estava em audiência em outro município.
O
prefeito de Santa Mariana, Jorge Rodrigues Nunes (PMDB), disse que o município
está com bloqueio dos repasses do FPM, mas que isso é questão de dias para ser
revertido. "Tivemos problemas com o Pasep em 2012 e, quando assumimos o
governo, negociamos com a Receita Federal. Porém, há algumas obrigações que
ficaram para trás e que estão refletindo ainda na questão dos repasses
federais. Mas como já negociamos praticamente tudo, é só questão de dias para
termos a certidão negativa liberada novamente", ressaltou.
Assim
como em Santa Mariana,
o repasse do FPM é a principal fonte de receita dos municípios de pequeno porte
que tem vive praticamente do setor agropecuário. Segundo Nunes, em seu
município a parcela do fundo representa 75% da arrecadação do município, sendo
que o restante está entre os impostos municipais como IPTU e ISS e o ICMS.
FONTE: Alexandre Sanches – Odiario.com
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