O
transtorno causado pela feira livre em Santo Antônio da Platina tornou a ser discutido
entre representantes de estabelecimentos, órgãos públicos e o Ministério
Público. O assunto voltou a tona após o MP enviar um documento à prefeitura
recomendando uma mudança de local de funcionamento da feira, que há muitos anos
é montada na avenida Oliveira Motta, bem no centro da cidade, às noites de
terça-feira e nas manhã de sábado. A recomendação partiu após a diretoria da
Escola Estadual Santa Terezinha recorrer ao órgão alegando diversos problemas
causados pela feira, como o bloqueio das duas principais saídas do
estabelecimento, que coloca em risco a segurança dos alunos. “Nossas crianças
estão sendo expostas à venda de bebidas alcoólicas e à violência, pois são
obrigadas a atravessar toda a feira sozinhas. Os pais não conseguem chegar até
à escola com o tumulto. Isso ocorre também com o socorro. Outro dia uma aluna precisou
de atendimento do Corpo de Bombeiros, que teve atravessar toda a feira de maca,
pois a ambulância não conseguia chegar até a porta da escola”, relata a
diretora Irma Beatriz Gomes Vieira.
O
barulho que atrapalha as aulas, o bloqueio da saída dos alunos, a falta de
estacionamento para o transporte escolar e a fumaça causada pelas barracas de
assados e frituras são outros transtornos citados pela diretora, que afirma que
a retirada da feira é uma reivindicação antiga da escola, que conta com mais de
500 alunos. “Já fizemos abaixo-assinado entre os pais, protocolamos vários
pedidos na prefeitura e como nada foi feito levamos o caso mais uma vez à
justiça. Não somos contra os feirantes, eles tem o direito de trabalhar, mas o
transtorno tem causado muitos prejuízos. Apesar de várias tentativas de
negociações até diretamente com os feirantes, nada muda”, afirma Beatriz.
A
recomendação de retirada da feira livre da avenida Oliveira Mota foi enviada à
prefeitura no dia 29 de janeiro deste ano. Até o momento uma comissão para
avaliar o assunto ainda está sendo formada. Segundo o diretor do departamento
de transportes Orlando Pimentel a comissão possui membros, mas ainda não possui
presidência. “Estamos convidando representantes de várias entidades para discutirmos
a situação da feira livre. É um assunto de extrema importância e envolve vários
setores da sociedade por isso necessitamos de maior representatividade,
inclusive de feirantes”, afirma.
O
vereador Francisco de Proença (PPS), o Chiquinho da Net, também integra a
comissão e afirma que qualquer mudança feita na feira livre deve ser discutida
junto aos feirantes. “Este assunto deve ser debatido e avaliado por todos os
setores envolvidos, inclusive com a população. O caso foi levado à prefeitura,
mas não é certo um decreto resolver uma mudança desta proporção, como já
aconteceu em anos anteriores. É necessária uma organização e avaliação de todas
as consequências, inclusive com a organização de uma audiência pública”,
afirmou.
Na
próxima terça-feira, 14, uma reunião entre os feirantes deve definir qual será
o representante da classe que irá participar da comissão que irá avaliar as
mudanças na feira livre.
FONTE: Aline Damásio - Jornal Tribuna do Vale
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