Jovens talentos da matemática


João Paulo da Silva

Cerca de 90 jovens medalhistas da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) de dezenas de municípios se reuniram no final de semana, na Universidade Estadual de Londrina (UEL). Eles participaram da aula inaugural do Programa de Iniciação Científica (PIC), que será realizado na instituição.
Em meio a tantos alunos com domínio de uma das disciplinas consideradas mais difíceis estava João Paulo da Silva, de 17 anos, do Colégio Estadual Miguel Dias, de Joaquim Távora. Participando da Obmep desde 2007, ano em que conquistou a medalha de bronze, ele coleciona três ouros (2008, 2010 e 2012). O bronze se repetiu ainda em 2009, além de uma menção honrosa em 2011. "Sempre gostei de matemática e depois das olimpíadas aumentou ainda mais o prazer pelo estudo", afirma.
Como está no último ano do Ensino Médio, João Paulo participará da olimpíada pela última vez neste ano. "Espero ser ouro novamente. Na minha cidade tenho muitos amigos e todo mundo me conhece por causa da matemática", revela.
Gustavo Menani, aluno do Colégio Estadual Santa Terezinha, em Santo Antônio da Platina, também é um campeão. Ele conquistou dois ouros em 2011 e 2012, além de uma prata em 2010 e um bronze em 2009. A exemplo de João Paulo, ele conta que a fama de nerd se espalha pela escola. "Como sabem que costumo me dar bem nas matérias sempre acabam me pedindo ajuda nos trabalhos", afirma. E, apesar de gostar muito de estudar, ele garante que há vida social e conta usar o tempo livre para descansar e navegar pela internet.
Também do Colégio Santa Terezinha, Diovana Magalhães de Toledo, de 14 anos conta que já está acostumada à vida de nerd e a ser reconhecida por isso, principalmente por amigos que precisam de nota em uma ou outra disciplina. "Eu gosto da minha vida, passeio, converso com amigos e acho ajudar os outros uma coisa normal", relata a medalhista de bronze e prata.
Diovana Magalhães de Toledo
Base
Coordenadora regional do Programa Nacional de Iniciação Científica da Obemep, Ana Lucia da Silva explica que o projeto reúne os medalhistas da última edição das Olimpíadas. Segundo ela, são dois os núcleos iniciação científica existentes no Estado, nas universidades Estadual de Londrina (UEL) e Federal do Paraná (UFPR). "Aqui na UEL abrangemos cerca de 70 municípios e polos em Medianeira, Cascavel, Toledo, Maringá e aqui em Londrina", diz.
Ana Lucia explica que uma vez por mês serão realizados encontros presenciais na instituição e os alunos terão seus gastos com viagem e alimentação custeados por um recurso Federal. "É importante lembrar que não se trata de um reforço de matemática, mas de uma iniciação científica com um estudo de material diferenciado."
Para o diretor do Centro de Ciências Exatas (CCE) da UEL, José Paulo Piccinini Pinese, a universidade cumpre o seu papel quando dispõe de sua estrutura para fortalecer e fomentar o ensino da matemática. Ele lembra que boa parte das profissões ligadas a área de exatas passa por um deficit profissional no país. "A Olimpíada de Matemática serve para descobrir talentos. Daqui sairão engenheiros, matemáticos e tantos outros profissionais dos quais nosso país necessita."

Vinicius Fonseca – Jornal Folha de Londrina

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