Escola Roosevelt só reabrirá em tempo integral em 2014



A secretária municipal de Educação de Santo Antônio da Platina, Lílian Cristina Lemes de Toledo informou, na tarde de ontem, durante uma reunião com os vereadores, que não será possível reativar o funcionamento em período integral na escola municipal Franklin Delano Roosevelt, que passou a funcionar, desde o início deste mês, apenas no período matutino de acordo com as normas exigidas pelo Núcleo Regional de Educação (NRE) de Jacarezinho.
Entre as exigências do NRE estão a elaboração de um Projeto Político Pedagógico (PPP), a elaboração de um regimento escolar e a contratação de monitores. Os vereadores questionaram a secretária sobre os motivos que impedem o funcionamento da escola em tempo integral e ela respondeu que o estabelecimento de ensino não tem a documentação exigida pelo NRE para funcionar  desta forma. Segundo a secretária, o processo de regularização ainda terá que passar pelas mãos do secretário estadual da Educação, Flávio Arns. Ela estima que antes de 2014 seja muito improvável que a escola tenha condições de funcionar em período integral devido à burocracia inerente ao processo de regularização.
Mesmo assim, os vereadores ainda insistiram na ideia de regularizar a situação junto ao NRE com escola em funcionamento em período integral, porém, a secretária afirmou que isso seria impossível já que o Ministério Público (MP) notificou a secretaria alegando que a escola não pode funcionar sem regulamentação do NRE e que, se isso acontecesse, os responsáveis responderiam pessoalmente pelas irregularidades.
Os vereadores José Jaime da Silva, o Mineiro (PSB) e Aguinaldo do Carmo (PSC) eram os mais irredutíveis. “Se os Bombeiros fiscalizarem as escolas quase nenhuma terá condições de funcionar regularmente”, alegou Mineiro. “Os pais não podem deixar as crianças na rua por falta de um lugar para elas. São pessoas pobres que precisam trabalhar o dia inteiro”, justificou Carmo.
“A escola não pode ser apenas uma aglomeração de crianças. É preciso assegurar a elas o acesso à educação pública de qualidade. Elas não estão lá só porque não há outros lugares para ficarem e para encherem a barriga. O objetivo é aprender e a escola não tinha estrutura adequada para manter as 120 crianças lá em tempo integral com acesso a conteúdo didático”, respondeu a secretária. “Além disso o principal objetivo não estava sendo cumprido, já que boa parte delas continuava analfabeta” completou.
Os vereadores insistiram, durante um tempo, na proposta de reabrir a escola no horário vespertino, mesmo que de forma irregular. “O que é pior, deixar as crianças na rua ou deixar na escola mesmo que ela não tenha plenas condições para atendê-las?”, questionou um deles.
“Não havia como garantir a segurança das crianças naquela escola nas condições em que ela estava. Um dos problemas que havia lá era a falta de monitores e deve ter sido por isso que uma criança foi ‘esquecida’ lá e passou a noite sozinha trancada na sala de aula”, disse a secretária.
“fizemos uma vistoria em todas as escolas do município assim que assumimos a secretaria e a Roosevelt estava em péssimas condições com problemas de encanamento de água, não havia chuveiros com água quente e encontramos até colmeias de marimbondos em quase todas as salas”, afirmou a secretária enquanto exibia as fotos aos vereadores num mini telão.
Solução
O impasse entre os parlamentares e a secretária foi resolvido com a promessa de que ela procuraria, por meio de parcerias com outras instituições, encaixar as crianças em projetos socioeducativos no período vespertino.  “Se ela conseguir isso será bom para as crianças e para os pais. O que nós queremos é uma solução”, comentou o vereador Aguinaldo do Carmo ao final da reunião.

Crédito da matéria e foto: Maurício Reale – Jornal Tribuna do Vale

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