Estudantes mineiros levam tecnologia a cafeicultores no norte pioneiro do PR



O Projeto Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná ganhou novos parceiros. Estudantes do último ano dos cursos de Tecnólogo em Cafeicultura e Engenharia Agronômica do Instituto Federal de Muzambinho, de Minas Gerais, iniciam um trabalho de difusão tecnológica junto aos produtores que fazem parte da Associação de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (ACENPP).
Nos próximos dias 14, 15 e 16 de fevereiro, o grupo formado por 17 estudantes realiza uma visita técnica para conhecer o Projeto de Cafés Especiais. E, a partir de março, vão passar uma semana por mês na região do norte pioneiro, para prestar atendimentos individuais aos cafeicultores.
Idealizado pelo Sebrae/PR e pela ACENPP, o Projeto de Cafés Especiais foi lançado em 2006 e trouxe uma nova perspectiva para os agricultores da região. Segundo Odemir Capello, consultor do Sebrae/PR, a geração de conhecimento é o pilar que sustenta o Projeto.
“Nosso trabalho de consultoria, além da realização de treinamentos e palestras técnicas, incentivou os cafeicultores a valorizarem a qualidade do produto, a gestão empresarial das propriedades agrícolas e a inovação tecnológica. O resultado é a produção de grãos com maior valor agregado, melhorando a rentabilidade do produtor”, afirma.
Para o presidente da ACENPP, Luiz Roberto Saldanha, a parceria com a instituição mineira será ‘um divisor de águas’ para o Projeto, já que, pela primeira vez, os cafeicultores irão receber atendimento personalizado. Durante uma semana, cada aluno ficará hospedado em uma propriedade rural em contato direto com o produtor.
“As visitas vão gerar um relatório com os resultados do trabalho que será encaminhado para a universidade, para o Sebrae/PR e para a ACENPP. As únicas despesas para os produtores serão a alimentação e a hospedagem dos universitários”, diz.
Do ponto de vista acadêmico, a parceria também é fundamental e irá mostrar para os alunos, na prática, como é a convivência com o produtor rural. “Eles irão adquirir uma visão real do cenário que irão encontrar quando se formarem. As visitas mostrarão que existe um ‘conjunto social’ no trabalho com o produtor, que vai além da adubação e dos maquinários agrícolas. Isso justifica a parceria”, avalia José Marcos Angélico Mendonça, professor do Instituto Federal de Muzambinho.
José Mendonça acrescenta que os estudantes estão aptos a repassar conhecimentos para os produtores, desde questões simples, como coleta de análise de solo, até assuntos mais complexos, como mapeamento da propriedade e utilização de GPS.
Serão orientados pelos universitários produtores dos 14 núcleos que integram o Projeto de Cafés Especiais, nas cidades de São Jerônimo da Serra, Pinhalão, Japira, Ibaiti, Congoinhas, Ribeirão do Pinhal, Abatiá, Santo Antônio da Platina, Carlópolis, Ribeirão Claro, Tomazina e Siqueira Campos – único município com dois núcleos.
Cafés especiais – O Projeto Cafés Especiais mostrou a nova realidade do mercado de cafés e norteou os cafeicultores para um novo modelo de produção. Antes focada na quantidade, a cultura do grão no Norte Pioneiro ganhou uma nova roupagem: a produção de cafés especiais.
Odemir Capello relata que o objetivo do Projeto é transformar a região em uma referência na produção de café de qualidade. A proposta inaugurou uma nova fase, conhecida como “nova cafeicultura” paranaense.
“Queremos promover a fixação do homem no campo, oferecendo maior rentabilidade para os produtores, já que a saca do café especial é vendida por um preço 20% mais alto em relação ao grão tradicional. Dessa forma, o Projeto garante para os agricultores mais lucratividade e, consequentemente, mais qualidade de vida.”
O Projeto conta com diversos parceiros: Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SEAB), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Associação dos Municípios Norte Pioneiro (Amunorpi), Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná (CREA-PR) e Instituto Ambiental do Paraná (IAP). 

FONTE: Revista Cafeicultura
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