Localizados
a 12 quilômetros
da sede do município estão os negros que foram escravizados na fazenda Água
Morna e que receberam parte deste local como herança. As famílias da comunidade
descendem daqueles escravizados que ficaram com as terras e dos negros que
foram chegando em busca de liberdade e de terra para plantar.
A
história da comunidade está viva na memória dos quilombolas. Djair Alves de
Lima relata que seus bisavós vieram de muito longe. Ela sempre se perguntava de
onde teriam vindo e sua sogra dizia que vieram de Castro liderados pelo bisavô
Maurício, por João Santana de Oliveira e sua esposa Maria da Luz, pessoas mais
velhas e que foram escravizadas. Relata ainda que a avó Benedita dizia que
todas aquelas mulheres eram negras da Costa.
Na
lembrança da comunidade estão os relatos dos antepassados sobre a guerra do
Paraguai: “A mãe velha Benedita contava que a “mãe Romana” que era mãe do vovô
Maurício “ajudou a vencer” a Guerra do Paraguai” Dizem, “foi um tempo doloroso;
as mães escondiam os filhos em tocas, cavernas e em casa de pedra levando
alimento escondido, aos pouquinhos.”. “A “mãe Romana” lutou na Guerra com
navalha na mão e no vão dos dedos dos pés” (em golpes de capoeira?), diz Djair
Alves de Lima.
As
roças são comunitárias onde cultivam feijão, milho e arroz. A pesca em rio é
feita com anzol e os moradores afirmam que atualmente existe pouco peixe.
Padroeiros: Nossa Senhora da Conceição e São Roque. Festas tradicionais:
Romaria de São Gonçalo, Romaria de São João, Romaria de São Roque e Recomenda
das Almas.
FONTE: Grupo de
Trabalho Clóvis Moura
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