Superlotação em carceragem deixa população insegura

A população de Jundiaí do Sul, principalmente, os moradores que residem em casas ao redor da delegacia da cidade estão se sentindo inseguros desde que os detentos que estavam na cadeia de Ribeirão do Pinhal foram transferidos para a cidade.
Segundo a Polícia Civil, todos os detentos de Ribeirão do Pinhal, Abatiá e Jundiaí do Sul, são encaminhados para a carceragem na cidade. As celas de 10 m² foram construídas para cada quatro presos, mas possuem apenas duas camas em cada. Na delegacia, que possui quatro celas, teria vaga para apenas 16 detentos. Já pela Lei de Execuções Penais (LEP), cada preso tem direito a seis m², ou seja, quatro apenas em uma cadeia. Até ontem havia 29.
A vizinha da delegacia, Lucilene dos Santos Machado, sente temor por morar próximo à carceragem. “É ruim. É inseguro, moro de frente com o perigo”, afirmou a moradora. Outra vizinha, a dona de casa Marisa Alves da Luz, diz que fica apreensiva em saber da superlotação com presos de outras cidades todos concentrados na delegacia. “Ficamos apreensivos, com medo de que algo aconteça. Dá medo, não sabemos que tipo de presos tem ai”, disse.
Além do medo pela superlotação na delegacia, a população jundiaiense ainda tem medo de conversar sobre o caso, talvez com receio de que algo possa ser feito para prejudicar os moradores. O comerciante Paulo Bertini lembrou que na quarta-feira (5), os detentos promoveram um inicio de rebelião, onde foi preciso reforço policial para conter a ação e evitar uma possível fuga em massa.
Para Bertini, o tumulto que aconteceu devido ao calor, pode se repetir se alguém não tomar providencias. “E o cadeião que iam fazer? Em Ribeirão do Pinhal não tem mais espaço físico? O que alegam para trazer para cá?”, questionou o comerciante. Ele afirma ainda que toda a população está preocupada. “O governo tirou toda a polícia. Diz agora que vem dois policiais para a cidade. Quem não quer segurança?”, questionou.
Tumulto
No dia do tumulto, o delegado responsável pela cidade, Tristão Antônio Borborema de Carvalho contou que os presos reivindicavam o conserto do chuveiro e mais ventiladores. “Com o calor dos últimos dias, o desconforto é inevitável, mas o chuveiro já foi arrumado e estamos vendo a questão dos ventiladores”, disse o delegado. Com a interdição da cadeia de Ribeirão do Pinhal, em 2009, presos da jurisdição são encaminhados para as carceragens de Quatiguá e Jundiaí do Sul. O delegado foi procurado para falar sobre o assunto, mas estava em reunião e não pode atender as ligações.

FONTE: Jivago França – Jornal Tribuna do Vale
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