Faça o que eu digo, não faça o que eu faço

Rogério Antônio Lopes

Se o capeta tivesse uma “bíblia”, o título deste artigo seria o primeiro versículo do primeiro capítulo”: faça o que eu digo não faça o que eu faço” .
É impressionante como um grande número de pessoas tem essa atitude: diz uma coisa e faz outra. O mais grave é que sabemos que as palavras podem até comover, mas são os exemplos que arrastam: arrastam os jovens para as drogas e para a prostituição, para o alcoolismo, para longe do estudo e assim por diante.
Amiúde a imprensa questiona qual o motivo de tanta violência e tanta criminalidade, todos os dias nós mesmos nos perguntamos chocados: qual será o fim disso ? ouso responder: São os nossos exemplos.
Atos pequenos e aparentemente sem importância no dia a dia, podem ter grande influência na vida das pessoas. O pai que discute xinga e bate na esposa é um péssimo exemplo para o filho, todo pai é um herói e  modelo para seus filhos, a criança quando crescer tende a agir igual, não tem “Maria da Penha” que de jeito.
São tantos exemplos ruins que nem deveríamos perguntar o  porquê de tanta violência e tanta criminalidade. Elas são o resultado de vários fatores é verdade, mas entre eles sem dúvida, estão os deletérios exemplos sociais.
Se o evangelho de Cristo se propagou por todo o mundo a ponto de modificá-lo, não foi só por causa das belas parábolas e do sermão da montanha, foi sim em razão do seu exemplo, ele vivenciou tudo que falou,  chegando ao extremo de dar a própria vida, se isso não tivesse acontecido, talvez que o cristianismo não tivesse atingido a magnitude atual.
Os exemplos deveriam ser melhor avaliados por nós pais, profissionais e trabalhadores, tendo cada um a consciência de que quando vivemos estamos ensinando.
Quando o sujeito diz que não gosta da sua profissão e reclama do salário, está dando um péssimo exemplo, primeiro porque isso não resolve absolutamente nada, além de não contribuir patavinas com a sua realidade e do mundo que o cerca, pelo contrário, deveria dar um outro exemplos: perceber e sedimentar a importância do seu trabalho (todo trabalho é importante), qualificar-se para alçar outra atividade, enfim, fazer da sua realidade a melhor possível.
Exemplos bons não nos faltam, é preciso que cada um procure se focar neles. A diferença entre o certo e o errado até uma criança de cinco anos sabe, portanto chega de desculpas, não nos esqueçamos que a vida é uma grande panela e tudo aquilo que botamos lá dentro, uma hora ou outra acaba vindo para a nossa colher.

Rogério Antônio Lopes é delegado da Polícia Civil
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