Norte Pioneiro pode expandir lavoura de cana

O Norte Pioneiro tem potencial para aumentar em até quatro vezes a área com plantio de cana-de-açúcar, de acordo com o zoneamento agrícola estabelecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A informação é do superintendente da Associação dos Produtores de Bioenergia do Estado do Paraná (Alcopar), José Adriano da Silva Dias. É esta entidade que representa as empresas do setor no estado.
Atualmente, a área com plantio de cana no Norte Pioneiro é de 80 mil hectares, o que corresponde a 13% do total no Paraná, que é de 618 mil hectares. Na década de 1980, a região tinha 140.772 mil hectares, o que representava 5% da produção nacional.
O fato de haver um potencial bem maior não significa que a ampliação da área possa acontecer a curto prazo. Segundo o superintendente da Alcopar, a ampliação da área depende muito da política adotada pelo governo federal para a produção de etanol.
Dias afirma que o mais provável é que a área com plantio de cana-de-açúcar em todo Paraná venha a ser duplicada nos próximos anos, passando dos atuais 618 mil para algo em torno de 1,2 milhão de hectares, sendo 160 mil hectares no Norte Pioneiro.
Caso isto venha realmente a se concretizar no futuro, a produção de etanol no Paraná poderá passar da média anual de 1,8 bilhão de litros para 5,4 bilhão de litros. A área total apta para o plantio de cana de açúcar no Paraná é de 2,3 milhões de hectares, de acordo com o zoneamento do Mapa.
O possível crescimento da área plantada não significa, necessariamente, um aumento proporcional ao número de usinas que móem a cana-de-açúcar no Paraná. O superintendente da Alcopar explica que o que pode acontecer é o aumento da capacidade de moagem das 30 usinas existentes no estado, seis das quais se localizam no Norte Pioneiro.
Ele reconhece, entretanto, que as pretensões dos produtores paranaenses no momento ''são mais modestas''. E diz que o possível aumento da área não deve ser motivo de preocupação porque a expansão se dará em áreas de pastagens, em especial na região Noroeste, onde predomina o arenito cauiá.
Mecanização Atualmente, as áreas com plantio de cana no Paraná estão passando por mudanças com a implantação da colheita mecanizada, o que já é possível observar em várias propriedades. A mudança foi iniciada há 3 anos e deve demorar alguns anos para ser concluída por implicar em uma série de adequações técnicas que só podem ser feitas com um novo plantio da cultura.
Outro detalhe citado pelo superintendente da Alcopar é que a colheita mecanizada ainda exige um melhor preparo da mão de obra. O período de moagem da cana-de-açúcar termina no final de dezembro. Por isso, é intenso o movimento de caminhões que transportam o produto pelas estradas da região.

FONTE: Caderno Norte Pioneiro / Jornal Folha de Londrina

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