Era final de semana, um sábado de primavera, 23 de outubro de 1943, ela apareceu para fazer grande sucesso a nível nacional.
Foi criado pelas mãos do cartunista pernambucano Péricles que genialmente lançou pela primeira vez na revista da época “O Cruzeiro”.
O fato em si é que o personagem se tornou um fenômeno e passou a ser publicado semanalmente pela revista.
Acabou até virando um sinônimo para denunciar um amigo não fiel e que não passa a realidade, na maioria das vezes um sujeito desleal ou traiçoeiro, e de quem se aconselha manter uma razoável distância.
Até os dias de hoje, é comum usar a expressão que beltrano ou fulano é um “Amigo da Onça”.
Dizem que a ideia do personagem foi imaginada pelos próprios diretores da revista que desejavam ter um desenho fixo e disponibilizavam até um nome, que provavelmente foi adaptado da piada abaixo, muito conhecida na época.
Um caçador pergunta ao outro, num acampamento:
_ O que você faria se aparecesse uma onça na sua frente?
_ Eu dava um tiro nela, ora!
_ E se você não tivesse um revolver?
_ Então eu a cortava com o meu facão!
_ Mas, se não tivesse essa faca?
_ Então apanhava um pau!
_ E se não tivesse um pau por perto?
_ Ah, então eu saia correndo, oras!
_ E se suas pernas travassem na hora?
_ Então, o outro já enfurecido, com a insistência, retruca:
_ Mas, afinal, você é meu amigo ou amigo da onça?
Por aqui, o bicho também apareceu, coincidência ou não, no mesmo mês, só que no dia 29, um domingo e acabou virando notícia, um sucesso na cidade que possui o Morro do Cruzeiro.
Só que foi ela, a verdadeira, a onça parda, sem seu amigo..., como na estoria em quadrinhos.
Veio não se sabe de onde e estava próxima do centro da cidade, na Vila Rosa, atraindo curiosos de todos os lugares para ver o felino, inclusive lá estava a Polícia Ambiental para dar proteção ao animal e logicamente aos moradores da área.
Mas, tudo acabou terminando bem, sem maiores consequências e a onça seguiu seu habitat natural.
Dessa vez, o homem urbano foi literalmente o “amigo da onça”, não usando revolver, facão ou pau e nem causando maldade, falsidade ou trairagem com o animal, contrariando a ideia original do grande cartunista.
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