Rogério Lopes
Estamos vivendo um tempo diferente. Somos a geração que está experimentando a transformação do mundo através da informática, nunca conceitos tidos como verdades absolutas foram alterados com tanta rapidez: aquilo que hoje é, amanhã pode não ser e depois de amanhã pode voltar a ser, isto é, de certo modo não temos mais segurança daquilo que é.
Com a rede mundial de computadores a terra se transformou numa grande sala virtual, onde as distâncias perderam um pouco o sentido e a sensação de imediatismo é presente. Isso nos trouxe inúmeros benefícios, mas como tudo na vida tem mão dupla, vieram alguns percalços.
Nunca se morreu tanto de infarto, AVC, estresse e outras complicações próprias da vida moderna, a cada dia parece que o “tempo voa” e nos escapa por entre os dedos, essa sensação já é compartilhada com as crianças abreviando os felizes anos da infância.
Me lembro que quando criança o conceito de “ano que vem” parecia algo inatingível que nunca ia chegar, hoje em função dos compromissos, dos vencimentos das contas para pagar, dos empréstimos, e outros, o ano nem bem chega e já vai embora.
As festas de final de ano, são agendadas pelas empresas preferencialmente no primeiro trimestre do ano, já temos festas de casamento marcadas para daqui a três ou quatro anos.
Tudo isso é reflexo do tempo em que vivemos.
Ninguém se contenta mais com cinco ou seis canais de televisão, mas trinta, se puder cinquenta, cem, não há mais limites. Junto com essa perspectiva de que o tempo se esvai como água num ralo, vem aquela sensação de vazio angustiante.
Notícias na imprensa nunca são boas, e se são positivas não vão além de um destaque pequeno, isto é, tem-se a impressão que só ocorrem coisas ruins. As questões “policiais negativas” tomam minutos infindáveis de todos os telejornais, os exemplos dos políticos no senado, nos fazendo pensar que já não existem mais pessoas boas e confiáveis, a dengue, a gripe “A”(agora com uma nova versão do vírus)...
O que fazer diante de tantos problemas e do tempo que está cada vez mais ligeiro. Não nos resta muito dele, sim porque o homem como ser, começa a morrer não quando nasce, mas quando é concebido, portanto o tempo, pode ser nosso maior aliado ou a nossa maior desgraça, depende de cada um de nós e como lidamos com ele.
Geralmente quando o sujeito passa por um grande “trauma”, seja acidente, doença ou algo parecido, diz que agora viu o valor e a importância de cada dia e vai mudar seu modo de encarar a vida, a grande sacada portanto, é não esperar nossa vida quase acabar para entendermos a importância e a grandiosidade de vivermos cada instante em sua plenitude e que fazer o bem não é uma questão de opção, mas uma necessidade para o caminho da felicidade.
E onde está essa tal felicidade ? ora, a felicidade não é um destino onde de repente se chega e pronto, a felicidade é um estilo de vida, um estado de espírito, como diz o ditado hindu é o bem que fazemos na véspera. Por isso tudo, é importante que de quando em vez, “tiremos o fio da tomada” e curtamos o tempo bem devagar, cada minuto como único que ele é. Se até “os sistemas” da rede ficam fora do ar porque nós não poderíamos ?
E onde está essa tal felicidade ? ora, a felicidade não é um destino onde de repente se chega e pronto, a felicidade é um estilo de vida, um estado de espírito, como diz o ditado hindu é o bem que fazemos na véspera. Por isso tudo, é importante que de quando em vez, “tiremos o fio da tomada” e curtamos o tempo bem devagar, cada minuto como único que ele é. Se até “os sistemas” da rede ficam fora do ar porque nós não poderíamos ?
Rogério Antônio Lopes é delegado da Polícia Civil
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