O dinheiro do fundo rotativo da Polícia Civil, mas não chega a centenas de Delegacias de Polícia do Paraná, inclusive no Norte Pioneiro. O Jornal Gazeta do Povo fez um levantamento e verificou a situação que em várias localidades policiais militares suprem a ausência de policiais civis nas unidades, mas não sabem confirmar o valor e nem o repasse dos recursos.
Em geral, os prédios que abrigam as delegacias nas pequenas cidades pertencem ao estado e foram repassados à Polícia Civil, mas quem ocupa é a PM. Nessas localidades, a prefeitura é determinante para garantir o funcionamento da estrutura policial, financiando parte dos custos e cedendo até computadores. Esses custos deveriam ser cobertos pelo fundo rotativo. Mesmo com a ausência da Polícia Civil, essas cidades aparecem na prestação de contas da corporação com altas somas de despesas entre 2008 e 2011: Japira, Jaboti, Guapirama e Salto do Itararé.
“A edificação é da Policia Civil, mas não tem policiais civis”, diz um militar de Salto do Itararé. Todas as reformas, manutenção, materiais de escritório deveriam ser por conta da Polícia Civil, mas acabam nas contas da prefeitura e da população. Delegados titulares que permanecem nas sedes regionais ajudam pouco. Pela prestação de contas, a unidade recebeu R$ 149 mil do fundo rotativo nos últimos oito anos. Policiais militares lotados nessas delegacias relatam o descaso.
Para Jaboti, a cada três meses a delegada de Tomazina deixa um crédito de R$ 200 em um supermercado para compra de material. O valor é irrisório. “A maior parte das coisas, de limpeza, a gente não consegue nem da Polícia Militar nem da Polícia Civil. Se não fizermos uma vaquinha e se a prefeitura não ajudar, a gente tem de tirar dinheiro do bolso para tudo”, relata o policial. Para piorar, eles têm de acumular as funções de investigação. Investigar crimes é papel da Polícia Civil; à Polícia Militar cabe o trabalho de prevenção. Sobrecarregados, os militares não conseguem fazer nem uma coisa nem outra.
Na conta da delegacia de Jaboti foram lançados R$ 112 mil do fundo rotativo nos últimos oito anos. Japira recebeu R$ 128 mil e Guapirama, R$ 74 mil. Os policiais militares dizem que nunca viram esse dinheiro. Eles se sentem como “caseiros”, apenas com o papel de cuidar do imóvel.
Com informações do Jornal Gazeta do Povo
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