Produtores de Ribeirão Claro ensinam segredos do café especial

Cafeicultores participantes da Associação de Cafés Especiais de Ribeirão Claro (Pace) estão ensinando as técnicas e metodologias aprendidas nos últimos anos a produtores de outros municípios. Os produtores Cleomilson Serafim e Ademir Baggio fizeram uma palestra para agricultores da região na última Efapi, em Santo Antônio da Platina e a experiência deve ser repetida em breve em outros encontros técnicos sobre a cultura.
Formada em 2009, a Pace conta atualmente com 23 produtores, apoiados pela prefeitura através da Secretaria de Agricultura. Em reuniões promovidas mensalmente, os cafeicultores conhecem as novas tecnologias, produtos e técnicas para aumentar a produtividade com qualidade e respeito ao meio ambiente. Como resultado, o café colhido em Ribeirão Claro ganhou projeção mundial com o fechamento de negócios com grupos de investidores internacionais.
Além do acúmulo de conhecimento, a dedicação do grupo resultou na obtenção da certificação Fair Trade (comércio justo). Capacitação do cafeicultor, respeito ao meio ambiente e trabalho com condições dignas são algumas das exigências feitas pelos compradores desse tipo de produto. O investimento e tempo investidos já estão dando retorno. Os últimos lotes de café especial comercializados pelos integrantes da Pace atingiram o preço de R$ 640 a saca, contra os R$ 480 pagos em média ao café sem certificação.
Segundo o técnico agropecuário e juiz da Specialty Coffee Association of America (SCAA), Rogério Alves, os cafeicultores passaram por capacitações de aplicação de agrotóxicos e atualmente fazem o curso de gestão rural. “Até o momento são nove propriedades com certificação Fair Trade, mas o número vai crescer nos próximos meses”, contou.  Alves aponta a mudança de comportamento como um dos fatores responsáveis pela evolução técnica e qualitativa da cultura do café no município. “Hoje os agricultores entenderam que o trabalho desenvolvido é para o bem deles e acatam as recomendações dadas”, revela.
Alves explica que a cada venda, cerca de R$ 60 reais ficam na Pace para investimento em infraestrutura e compra de equipamentos para uso conjunto dos associados. “O objetivo é fortalecer tanto o produtor quanto a associação”, explica. Tanta dedicação despertou a atenção da Green Coffee, maior torrefação dos Estados Unidos. “Eles compram por um valor maior, mas também exigem bem mais”, afirmou.  “Fico contente com a evolução do produtor, hoje eles fazem as coisas sabendo o porquê estão fazendo e já tem plenas condições de passar a própria experiência para outros agricultores”, concluiu.

FONTE: Diórgenes Gonçalves

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