No final da semana passada um crime chamou a atenção na cidade de Cascavel-Pr, o ex-presidente da Sociedade Rural do Oeste do Paraná (SRO), Alessandro Meneghel, foi preso acusado de matar o agente federal Alexandre Drummond Barbosa de 37 anos.
O fato ocorreu defronte a uma famosa casa noturna da cidade por volta das 03:30h da madrugada, várias pessoas estavam presentes e foi uma sorte nenhuma delas ter se ferido.
Cada vez mais as brigas, os tiros e as mortes tornam-se comuns nessas “baladas”.
Com o passar dos tempos, o termo balada “regrediu” ao seu significado, que era um antigo gênero de poesia popular do norte da Europa, para lugar de diversão onde se ingere álcool e também ocorrem eventualmente agressões. Partem das ofensas verbais puras e simples até “tiros e metralhaços”.
Parece exagero mas não é, em uma rápida consulta no Google com o mote “tiro na balada” surgem mais de dois milhões de ocorrências, ou seja, tiro na balada já é coisa comum, queiramos ou não.
Esses crimes tomam expressão diferenciada na mídia em razão dos seus protagonistas, geralmente são pessoas “da sociedade” das quais, em tese não era de se esperar condutas dessa natureza.
Em Cascavel no mesmo final de semana houveram mais seis assassinatos, porém, nenhum deles mereceu o mesmo espaço ou destaque na mídia, será que as vidas tem valores diferentes ? será que uma vale mais que a outra ?
Seria hipocrisia dizer que não, os homens jamais serão iguais e afirmar o contrário, embora “politicamente correto” não passa de sofisma barato digno dos mais incautos tabaréus.
O pior nisso tudo é que muitas pessoas não vão para as tais “baladas” para se divertirem, tem outros interesses, dentre os quais podem estar a agressão, os assassinatos e outras atitudes absolutamente ilícitas, essa tendência vem sofrendo significativo aclive nos últimos anos, tanto que não poucos pais, ficam em casa rezando até verem seus filhos chegarem vivos, e se julgam com sorte por não tê-los de volta em um caixão.
Qual a solução para esse “problema” em que as baladas estão se transformando ?
O caminho para reverter o processo está exatamente na mudança de perspectiva de quem vai a esse tipo de local, isto é, a balada é para diversão e ponto final, o difícil é colocar isso na cabeça de um (jovem e) teimoso, certamente dirá que “os mais velhos” não sabem do que estão falando e com ele não vai acontecer nada.
Ao pensar assim já aconteceu. Quando o jovem deixa de ouvir os mais velhos e equilibrados sempre há consequências, ou como ensina o adágio popular mas cheio de sabedoria: quando a cabeça não pensa o corpo (e os pais) padecem.
Rogério Antônio Lopes é delegado da Polícia Civil
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